11 de maio de 2010

Minhas descobertas

Cursando disciplinas optativas no curso de Letras na USP encontrei uma nova paixão. As disciplinas a que me refiro são: Literatura Infantil e Juvenil: Linguagens do imaginário I e a III, ambas ministradas pela Profa. Dra. Maria Zilda Cunha. A disciplina I aborda as origens e formação do conceito de literatura infantil passando por fábulas, lendas e contos de fadas, já a disciplina III entra no campo da poesia brasileira.
Antes de iniciar o curso ouvi algumas críticas: diziam que havia muito seminário... Mesmo tendo pavor de apresentar seminários, resolvi cursá-la! Não me arrependi.
Simplesmente me apaixonei pelo curso! E quanto mais pesquiso, e quanto mais estudo... Sinto crescer em mim uma vontade enorme de me especializar nessa área. Será a decisão certa a tomar? Não sei, mas sei que quando após muita procura encontramos algo que nos desperte a vontade de mais e mais conhecimento, devemos investir. E é isso que pretendo fazer!
Essa paixão cresceu ainda mais durante as pesquisas para o seminário sobre contos de fadas e trechos significativos de filmes. Fiquei responsável pela Gata Borralheira, e um encantamento de infância ressurgiu como um toque de mágica feito pela varinha de condão. O resultado desses estudos, pretendo publicar aqui mais tarde... Por enquanto:
Era uma vez uma garota que uma vez num sonho descobriu que poderia trabalhar com a literatura destinada ao público infantil...





... Como vai terminar essa história?

10 de maio de 2010

Meus Carnavais

Fevereiro: O mês do carnaval é o mês das fantasias! É quanto as fantasias tomam conta das avenidas, ruas e até da mente das pessoas.

O que mais me interessa nesta data é a grande evidência das escolas de samba: com seus desfiles e sambas-enredo fazendo com que a magia do samba cadencie nosso imaginário.

Há pessoas que não gostam do carnaval, há pessoas que não ligam para os sambas cantados por comunidades inteiras que compõe as escolas de samba. Azar o delas! Eu, graças a Deus, nasci ouvindo samba. Desde que me lembro escuto e vejo os desfiles do carnaval carioca. Tudo bem… A cidadezinha do interior de São Paulo em que fui criada também tem escolas de samba, São Paulo também tem o seu carnaval e suas escolas, mas as escolas do Rio são um espetáculo à parte!

Sempre me considerei uma “nacionalista de São Paulo” e acho que os desfiles das escolas de São Paulo têm melhorado e crescido, está mais técnico e luxuoso… Mas ainda falta paixão, falta ainda um pouco de magia. Por isso, quando o assunto é carnaval, desfile, escolas de samba e samba-enredo, eu tiro o chapéu e reverencio o Rio de Janeiro. A cada ano eles se superam: o espetáculo cresce! Sei que a cada ano o negócio da indústria cultural toma conta dos desfiles, mas nem por isso a magia se perde. Acho que é a coisa da tradição, é coisa de raiz!

Como Portela, Mangueira, Império, Salgueiro, Vila Isabel, Mocidade, Beija-Flor, Tijuca, Estácio e tantas outras não há. Os sambas dessas escolas ficam na memória, ficam na história do carnaval, a grande maioria das pessoas sabe cantar ao menos um refrão de uma música que essas escolas tenham desfilado. Alguns sambas tornam-se hinos, são eternizados!

Quando a Mocidade Independente de Padre Miguel entra na avenida, desde criança eu fico enfeitiçada e torço para que ela ganhe. Mas ao mesmo tempo quando vejo a avenida tingida dos verdes e rosas mangueirenses, dos azuis e brancos portelenses ou das cores da Vila sinto uma emoção que não dá para descrever, e assim torço por elas também. Torço por elas, sobretudo, quando vejo as suas velhas-guardas. As Velhas Guardas das escolas deveriam ficar num pedestal cultuado com respeito e admiração! Nunca estive em Portela, nunca estive em Mangueira ou mesmo no Rio, mas sempre que vejo um desfile, sempre que escuto um samba, sempre que vejo um documentário sobre eles sinto que também faço parte de tudo aquilo.

Admiro muito as escolas de samba, pois aqueles minutos que tomam a avenida em apenas um dia do ano é resultado do trabalho de um ano inteiro. É o trabalho de uma comunidade inteira, de gente que dedica a vida ao samba, é um trabalho de amor à tradição que representam. E dessa forma, unindo suas comunidades é que o carnaval encontra além do entretenimento e do espetáculo: a sua função social, política, educativa, cultural… Esses valores não se perdem, eles vão se reciclando. Em minha opinião tudo isso faz do samba e do carnaval a mais bela expressão da cultura popular brasileira. Quando vejo os preparativos para os desfiles de carnaval e toda a união que isso envolve que lembro ainda mais da frase que diz: “O bom samba é uma forma de oração!”

MINHAS DESPEDIDAS



Quando Fevereiro chegou ao fim! Os desfiles de carnaval acabaram e nós conhecemos os vencedores carnavalescos. Parabéns à Rosas de Ouro em São Paulo e parabéns à Unidos da Tijuca no Rio de Janeiro.

Mas alegrias à parte, o mês se fechou com duas grandes perdas, uma para o mundo do samba e outra para o mundo das Letras: Walter Alfaite e José Mindlin. São duas personalidades que merecem ser homenageadas.

Aos 79 anos, o sambista Walter Alfaite deixou este mundo e foi deixar o céu mais elegante. Walter Nunes de Abreu desde de criança quis ser sambista, mas ao 13 anos de idade se iniciou na alfaiataria e foi essa a profissão que exerceu durantes muitos anos. Mas o samba fazia parte de seu destino! Foi na década de 60 que começou a costurar seu nome no samba em rodas de samba no Teatro Opinião e em grupos como Os Autênticos e Reais do Samba! Mauro Duarte foi o seu grande parceiro desde esses anos! Antes de ganhar a alcunha de Alfaiate, foi o Walter Sacode por cantar o samba “Sacode Carola”. Walter Alfaite ganhou reconhecimento ao ser gravado por nomes como Paulinho da Viola! Cultuado pelos grandes sambistas do Rio de Janeiro, membro da Velha Guarda da Portela, com mais de 200 sambas compostos, Walter Alfaiate nunca foi reconhecido pelas grandes gravadoras… Mas o Brasil agradece pelo primor de suas letras, pela elegância de seus sambas!

Uma vida toda dedicada a colecionar livros! Eis José Ephim Mindlin que aos 95 anos de idade foi deixar o céu mais culto. Mindlin foi advogado (formado no Largo São Francisco), empresário e bibliófilo. Colecionando livros desde os 13 anos de idade, Mindlin acumulou mais de 38 mil obras, algumas rarissímas e acreditando que os livros são um bem público doou em 2006 toda sua coleção de obras brasileiras à Universidade de São Paulo. Foi em 2006 também que Mindlin passou a ocupar a cadeira de número 23 da Academia Brasileira de Letras, tornando-se um imortal. Diga-se de passagem, dos anos 90 para cá é um dos poucos intelectuais que realmente mereceu se tornar um imortal…

Salve Walter Alfaiate! Salve José Mindlin! O mundo com certeza se tornou melhor com a passagem que tiveram por aqui, o céu recebe duas grandes almas da cultura brasileira!

9 de maio de 2010

Primeiro Enredo

“A Literatura como toda a arte é uma confissão de que a vida não basta” Fernando Pessoa

Essa frase de Pessoa sempre mexeu comigo, sempre me despertou algo que nunca soube explicar. Para mim essa frase sempre disse que através da arte nos tornamos eternos, a arte nos torna imortais. A vida de carne e osso não nos basta, mas com a arte continuamos a viver de outras formas.

Sempre quis ser literata, procurava fazer da frase aqui citada uma missão a ser cumprida e assim, tornar-me imortal através das letras. Escrever é uma forma de viver, as palavras nos deixam menos solitários.

Sempre gostei de escrever, mas nos últimos tempos… todas as linhas que escrevia acabavam indo para o lixo. Acho que quando nos tornamos estudantes de Letras ficamos tão críticos, que nada nos satisfaz. Há uma saga infinita em busca da frase perfeita, que nunca encontramos! Por um tempo achei que tivesse perdido o gosto por escrever minhas ideias, meus pensamentos, meus estudos, minhas poesias…

Por obra do acaso acabei me deparando novamente com a frase ”a Literatura como toda a arte é uma confissão de que a vida não basta”, e de repente a chama reacendeu. Fui tomada por um súbito desejo de escrever minhas coisas novamente, sem medo. E aí, decidi escrever em um blog.

Sei que meus escritos nunca serão geniais quanto os dos escritores que me inspiram, nem tenho a pretensão de ser uma grande escritora, ou que as pessoas me leiam e gostem. Mas aqui pelo menos satisfaço a minha sede de escrever. E se um ou poucos amigos lerem e gostarem, ao menos me entenderem… ah, isso já me basta!