4 de outubro de 2010

O silêncio e o vazio

   O coração acordou apertado e na mente muitas dúvidas. Qual o caminho a tomar? Como compreender as coisas que aconteciam à sua volta? Difícil, tão difícil entender aquele meio e ainda mais, conviver com ele.

   Tanto julgamento infundado, tanto alarmismo, tanto conservadorismo, tanto conformismo, tanto preconceito, aliás, vários pré-conceitos sem cabimento, sem embasamento, sem profundidade, sem verdade, tão vis, tão mesquinhos! Aquilo tudo lhe sufocava... Tanta gente vazia num imenso espaço que precisava ser preenchido, como preenchê-lo? Encontrar tais respostas era ainda mais difícil! Como as pessoas podiam ser assim tão baixas e tão pequenas? Queria rebelar-se, apontar, confrontar esse universo de insanos, mas não podia, não valeria a pena, pois ia ser um grito no vácuo! E a insanidade pareceria lhe pertencer e não aos outros... O que fazer e o que falar? Queria debater, mas não queria brigar! No entanto, há debate com a forma sem conteúdo, com o discurso vazio, com a ignorância que se acha inteligente, com seres falsamente preocupados e que tentam disfarçar seu individualismo, mas não conseguem, são egoístas, não pensam no todo e nunca pensarão?!

   Como isso lhe causava uma sensação de dor e de morte! As palavras em resposta a essa gente seriam jogadas ao vento, o silêncio seria a melhor resposta. Ia tomando amargamente o silêncio... O silêncio silenciava a sua própria alma, evitava as brigas que não queria travar, mas a tornava muito mais vazia do que as pessoas vazias que criticava. E o aperto se apertava...

 
 
Por Natália Chagas

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