10 de maio de 2010

Meus Carnavais

Fevereiro: O mês do carnaval é o mês das fantasias! É quanto as fantasias tomam conta das avenidas, ruas e até da mente das pessoas.

O que mais me interessa nesta data é a grande evidência das escolas de samba: com seus desfiles e sambas-enredo fazendo com que a magia do samba cadencie nosso imaginário.

Há pessoas que não gostam do carnaval, há pessoas que não ligam para os sambas cantados por comunidades inteiras que compõe as escolas de samba. Azar o delas! Eu, graças a Deus, nasci ouvindo samba. Desde que me lembro escuto e vejo os desfiles do carnaval carioca. Tudo bem… A cidadezinha do interior de São Paulo em que fui criada também tem escolas de samba, São Paulo também tem o seu carnaval e suas escolas, mas as escolas do Rio são um espetáculo à parte!

Sempre me considerei uma “nacionalista de São Paulo” e acho que os desfiles das escolas de São Paulo têm melhorado e crescido, está mais técnico e luxuoso… Mas ainda falta paixão, falta ainda um pouco de magia. Por isso, quando o assunto é carnaval, desfile, escolas de samba e samba-enredo, eu tiro o chapéu e reverencio o Rio de Janeiro. A cada ano eles se superam: o espetáculo cresce! Sei que a cada ano o negócio da indústria cultural toma conta dos desfiles, mas nem por isso a magia se perde. Acho que é a coisa da tradição, é coisa de raiz!

Como Portela, Mangueira, Império, Salgueiro, Vila Isabel, Mocidade, Beija-Flor, Tijuca, Estácio e tantas outras não há. Os sambas dessas escolas ficam na memória, ficam na história do carnaval, a grande maioria das pessoas sabe cantar ao menos um refrão de uma música que essas escolas tenham desfilado. Alguns sambas tornam-se hinos, são eternizados!

Quando a Mocidade Independente de Padre Miguel entra na avenida, desde criança eu fico enfeitiçada e torço para que ela ganhe. Mas ao mesmo tempo quando vejo a avenida tingida dos verdes e rosas mangueirenses, dos azuis e brancos portelenses ou das cores da Vila sinto uma emoção que não dá para descrever, e assim torço por elas também. Torço por elas, sobretudo, quando vejo as suas velhas-guardas. As Velhas Guardas das escolas deveriam ficar num pedestal cultuado com respeito e admiração! Nunca estive em Portela, nunca estive em Mangueira ou mesmo no Rio, mas sempre que vejo um desfile, sempre que escuto um samba, sempre que vejo um documentário sobre eles sinto que também faço parte de tudo aquilo.

Admiro muito as escolas de samba, pois aqueles minutos que tomam a avenida em apenas um dia do ano é resultado do trabalho de um ano inteiro. É o trabalho de uma comunidade inteira, de gente que dedica a vida ao samba, é um trabalho de amor à tradição que representam. E dessa forma, unindo suas comunidades é que o carnaval encontra além do entretenimento e do espetáculo: a sua função social, política, educativa, cultural… Esses valores não se perdem, eles vão se reciclando. Em minha opinião tudo isso faz do samba e do carnaval a mais bela expressão da cultura popular brasileira. Quando vejo os preparativos para os desfiles de carnaval e toda a união que isso envolve que lembro ainda mais da frase que diz: “O bom samba é uma forma de oração!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário